quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O QUE É UMIDADE DO AR ?


Caroline Ropero
Diário do Grande ABC

O ar que respiramos é composto por vários gases, como oxigênio e gás carbônico, além de vapor de água. Dependendo da quantidade de água espalhada na atmosfera, fica mais úmido ou seco. Entre os estudos que os meteorologistas fazem todos os dias, medem a umidade do ar para saber o quanto de vapor de água há na atmosfera.

Quando vemos pela TV, que a umidade está em 60%, por exemplo, significa que o ar tem 60% de vapor do total de 100% que suportaria. Essa quantidade é considerada boa para nossa saúde. Quando há só 20% de vapor de água, significa que ainda caberiam 80% mais, e isso indica que o clima está seco.


Abaixo de 30% pode trazer problemas à saúde; por isso, os técnicos fazem o controle diário. Quando varia de 30% a 21% indica atenção; de 20% a 11%, alerta; menos de 11%, emergência.

Mas como sabem disso? Os cálculos são complicados, mas podem ser comparados com uma mistura de água e açúcar. Se colocar um pouco de açúcar em um copo d'água, a substância se dissolve. Mas se continuar colocando, em algum momento, não dissolve mais. Algo semelhante ocorre com o vapor de água e a atmosfera; ele preenche o ar até quando não cabe mais (100%) e daí vira líquido, como garoa.

DE ONDE VEM?


O vapor do ar vem da evaporação de rios e mar, respiração das plantas e até de roupas no varal. Sobe para a atmosfera e, ao encontrar o ar gelado, transforma-se em gotículas, formando nuvens, neblina e nevoeiro. Por isso, é comum ver pela manhã gotinhas que cobrem a grama, formadas quando o ar quente encosta onde está frio.

No frio fica mais seco

A umidade do ar depende de cada região. Onde há muitas árvores, rios e lagos é mais úmido, como na Amazônia, já que a evaporação de água é constante. Nos centros urbanos, como São Paulo, é mais seco. Entretanto, é menos seco do que no deserto, onde a umidade é cerca de 15% e pode chegar a 5%, como o do Atacama, no Chile, considerado o mais seco do planeta.


No inverno, o clima é mais seco porque o ar frio suporta menos vapor de água que o quente. Em consequência, chove bem menos, já que não há gotículas suficientes para formar nuvens. Por isso é comum ouvir que a cidade está em estado de alerta como ocorreu em agosto. O aviso serve para a população tomar cuidado com a saúde e ingerir mais líquido.

Perigo de incêndio

Quando não chove, a atmosfera fica seca, reduzindo o nível dos rios, já que não é reposta a água eliminada pela evaporação. A vegetação também fica assim. Com isso, qualquer faísca ou bituca de cigarro pode provocar incêndio. Como tudo ao redor também está seco, o fogo se espalha rapidamente. Em único dia de agosto, foram registrados 473 focos de incêndio no País. Além de destruir a mata e matar os animais que não conseguem fugir, o fogo deixa o solo pobre em nutrientes, prejudicando o cultivo depois disso.

Consultoria de Aline Tochio Ângelo, meteorologista do Clima Tempo, e Rita Ynoue, professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP



PRINCESA NÃO USA SALTO


Juliana Ravelli

Do Diário do Grande ABC

Princesas já têm muito trabalho para ficar sempre bonitas e ainda cumprir todos os compromissos. Imagine, então, fazer tudo com dor nos pés. Não seria legal. Assim, para não correr o risco, usam calçado baixinho no dia a dia. E é justamente isso que toda menina precisa fazer.


Luana Cândido, 5 anos, de São Bernardo, ficou com vontade de ter um sapatinho com salto igual ao da amiga. Mas, após conversar com a mãe, entendeu que ainda não é a hora. "Não uso porque posso torcer o pé e cair. Criança tem de colocar tênis, sapatilha e sandália."


Nada, entretanto, a impede de brincar com os sapatos da mãe de vez em quando, como faz Thaiciane Claudino, 7, de São Bernardo. Nesse caso, não tem problema; só precisa pedir autorização. A menina tem sandália com pequeno salto, mas garante que a usa só para passear em lugares especiais.


Segundo especialistas, pode-se colocar saltinho (nunca muito alto) para ir a uma festa, por exemplo - aliás, é o que as princesas fazem. Mesmo porque a maioria não fica muito tempo calçada; no meio da diversão, a garotada fica descalça para dançar e se divertir mais à vontade. "Agora, não posso usar todo dia porque ainda sou pequena. Com salto não dá para brincar e correr direito. É perigoso se machucar", diz Thaiciane.


Ana Carolina Santana Ribeiro, 9, de São Caetano, adora andar bem-arrumada e com o cabelo bonito. Apesar de vaidosa, no entanto, não quer saber de salto nem quando for adulta, pois acha que deixa o sapato desconfortável. Ela prefere tênis, com o qual pode brincar sem esquentar a cuca. "Acho ruim porque dói os pés. A maioria das meninas quer usar, mas a gente tem de ver que não pode ir de salto para a escola."

Brincar de usar não traz problemas




Thaiciane quer ser igual à mãe dela, que explicou para a filha que a gente passa por várias fases durante a vida. E não precisa ter pressa; a hora certa de ser adolescente e depois adulta vai chegar. Agora, é o momento de aproveitar ao máximo a infância, que passa muito rápido. Isso, entretanto, não impede que meninas e meninos brinquem de imitar gente grande. É algo natural e saudável, que todo mundo faz até por volta dos 7 anos. Funciona como importante treino que nos prepara para lidar com situações que iremos vivenciar na vida adulta, como cuidar da família.


Para dar um jeitinho na vontade de colocar salto, as garotas podem até organizar com as amigas um desfile de faz de conta. É só pedir emprestados sapatos e roupas da mãe, tia, irmã mais velha ou avó. Maquiagem (própria para crianças) e unhas pintadas também podem fazer parte da brincadeira. O importante é não exagerar nem fazer a produção se transformar em rotina.


Só não pode acreditar que para ser feliz precisa ter tal roupa, sapato ou brinquedo. Tem gente que fica doente ao achar que isso é verdade. Lembre-se: ninguém é mais bonito ou legal porque possui determinado objeto. Os amigos têm de gostar de você do jeito que é. São as diferenças entre as pessoas que as tornam únicas e especiais.


Por que não pode usar?




Na infância, o corpo ainda está em desenvolvimento, por isso, não tem preparo para aguentar as modificações que o sapato com salto provoca na postura. O peso, por exemplo, que naturalmente fica sobre os calcanhares, passa a se concentrar de modo errado na parte da frente dos pés. Além de provocar dores e calos nos dedos, esse tipo de calçado traz problemas para a coluna vertebral, quadril, joelhos e tornozelos. O pior é que eles podem permanecer na fase adulta, sem contar que aumenta o risco de cair e torcer o pé.


Precisa ser confortável




Qual o calçado ideal? Nenhum! Originalmente, os pés foram projetados para andar descalços na terra, grama e areia. Mas, hoje, principalmente quem vive na cidade quase nunca faz isso. A regra, então, é usar sempre o sapato mais confortável possível. Antes de qualquer coisa, ele é um item de segurança, serve para proteger os pés. Fique longe de modelos apertados, de biqueira estreita e duros. Grandes demais também não são adequados.


Cada atividade exige um tipo diferente de calçado. Tênis com sola flexível é a melhor opção para ir à escola e brincar. Já a turma que joga futebol precisa da chuteira com solado mais resistente para não correr o risco de torcer o pé. O contrário ocorre com os bailarinos, que necessitam da sapatilha molinha para realizar os movimentos da dança.


Serve para andar e fazer arte


Cada pé tem 26 ossinhos (o corpo humano do adulto possui pouco mais de 200). O maior deles nessa parte é o calcâneo, popularmente chamado de calcanhar. Apesar dessas características comuns a todos, os pés de uma pessoa nunca são iguais aos de outra. Por isso, com o passar do tempo, o calçado adquire o formato de quem o usa.


Precisam de carinho especial, pois carregam todo nosso peso e nos levam para os lugares que desejamos. Mas o trabalho não acaba por aí, nos ajudam a praticar esportes e a dançar. Há ainda muitos artistas com deficiência nos braços que usam os pés para pintar quadros superbonitos; alguns também fazem isso com a boca.


Fique de olho: se sentir dores frequentes nos pés ou notar algo estranho, avise sua família para que procure um ortopedista (médico que cuida dos ossos, músculos e articulações).


Suri usa saltinho desde os 3 anos

Quando Suri Cruise, filha dos atores Tom Cruise e Katie Holmes, apareceu aos 3 anos com sapatinhos de salto, o fato causou muitas críticas. Os pais argumentaram que ela prefere usar esse tipo de calçado do que tênis. Agora, aos 5, a mania continua. Ela e a mãe já foram fotografadas com salto até na praia.


A garota também escolhe as próprias roupas, e os pais dizem que Suri tem talento para saber se as peças combinam. Neste ano, ela entrou para uma lista das 30 mulheres mais estilosas do mundo.


Acredita-se que Suri não seja assim naturalmente. Deve ser influenciada pelos hábitos de Katie e Tom. Segundo especialistas, nenhuma criança de 3 anos é capaz de decidir que gosta apenas de salto. É comum ter vontade de escolher o que usar, mas os adultos precisam colocar limites e dizer não para algumas das nossas vontades. Isso é importante para se desenvolver direito e se transformar num adulto feliz.


Saiba mais


Acredita-se que o homem criou o calçado há cerca de 12 mil anos, pois é representado em pinturas pré-históricas em cavernas da Europa. Nas regiões mais quentes do planeta, eram comuns as sandálias feitas principalmente de fibras vegetais, como a palha. Já nas áreas frias, era importante proteger os pés com sapatos fechados fabricados com pele de animais.


Não se sabe ao certo quem inventou o sapato de salto, mas ficou conhecido quando a rainha da França Catarina de Médici passou a usá-lo no século 16 por se achar muito baixinha. Virou moda nos séculos seguintes nas cortes dos reis franceses Luís XIV e Luís XV. Naquela época, era usado por homens e mulheres que faziam parte da nobreza. A população não podia tê-los. Entre os séculos 18 e 19, espalhou-se pelo mundo e se transformou em peça feminina.


Consultoria de Walter Fukushima, professor de Ortopedia da Faculdade de Medicina do ABC, e Mara Pusch, psicóloga, consultora de imagem e professora da Unifesp